sexta-feira, 30 de novembro de 2012

RIO DAS ALMAS - NILO PEÇANHA - BAHIA

O rafting em Nilo Peçanha é praticado no Rio das Almas, com corredeiras que vai do nível II ao nível IV de dificuldade além do vários trechos de remansos.
Diversas corredeiras fazem parte do cenário dessa região, destacando o Salto do Tacho, Salto do Boda, Salto do Caldo e Corredeiras do Himalaia.
Algumas operadoras de rafting comercial organizam excursões para o rafting no Rio das Almas, onde o rafting em Nilo Peçanha vem crescendo muito, estendendo-se a polos turísticos mais consolidados na região, como Maraú, Boipeba e Morro de São Paulo.

Um dos vários remansos do Rio das Almas BA.
Corredeira de classe II
Corredeira de classe III
Salto do Boda - Classe IV
Fotos de Hanjo Maertsch

ENCHENTES

"Enchente" "ou cheia" é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de água do seu leito natural, qual seja, córregos, arroios, lagos, rios, ribeirões, provocadas geralmente por chuvas intensas e contínuas.
A ocorrência de enchentes é mais frequente em áreas mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a ter menor eficiência com o tempo se não forem recalculados ou devidamente adaptados tecnicamente. É comum o aumento das destruições devido sobretudo ao adensamento populacional de determinadas áreas sujeitas tradicionalmente a cheias cíclicas.
Como todo fenômeno natural, pode-se sempre calcular o período de retorno ou tempo de recorrência de uma enchente recorrendo-se a métodos estatísticos comumente utilizados em hidrologia.
Quando este transbordamento ocorre em regiões com baixa ou nenhuma ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os excessos de água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas podendo gerar danos à agricultura.
Existem cheias artificiais provocadas por erros de operações de comportas de vertedouro s de barragens ou por erros de projetos de obras hidráulicas como bueiros, pontes , diques , etc.
Quando o transbordamento dá-se em áreas habitadas de pequena, média ou grande densidade populacional, os danos podem ser pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o volume de águas que saíram do leito normal e de acordo com a densidade populacional.
A ciência que estuda os fenômenos das enchentes é a Hidrologia que é normalmente ensinada nos cursos de Geografia, Engenharia Hidráulica, Engenharia sanitária, Engenharia Ambiental e outros.
Canyon do Rio de Contas/BA em nível normal.
Canyon do Rio de Contas/BA na enchente.
RAFTING - CUIDADOS A TOMAR COM RIOS MUITO CHEIO
Várias corredeiras que eram intercaladas por partes calmas podem se transformar numa só.
Em geral os remansos diminuem e a altura das ondas aumenta.
Parar em remansos é mais difícil. As linhas de remanso se transformam em zonas de "água
mexida" e tendem a jogá-lo de volta para o meio do rio. Da mesma forma se você está no remanso e quer sair, necessita de mais força e velocidade.
É preciso antecipar as manobras. Quanto maior e mais cheio o rio, mais à frente você terá de
olhar.
É importante que os botes comecem a descida juntos e se mantenham assim, para que um
possa dar apoio ao outro. Uma diferença de poucos segundos pode representar mais de 100 metrosentre os botes!
No caso de um bote tombar, ocorre um "pequeno caos": as pessoas são espalhadas muito
rapidamente e se afastam umas das outras. Juntar todo mundo leva tempo.
A carga de poluição é maior. Não importa que o volume de água tenha aumentado para diluir
a sujeira: o lixo acumulado nas margens e que foi para o leito é proporcionalmente muito maior.
Deve-se prestar atenção redobrada com relação a possíveis arames ou cabos atravessados
sobre o leito do rio como pistas de slalom, cabos para travessia de balsas ou artefatos de pesca (espinhéis e jequis).
Existe uma diferença entre "rio cheio" e "enchente". Se o rio estiver saindo da calha; os
únicos remansos disponíveis estiverem em meio a árvores e cercas de arame farpado; uma infinidade de troncos, árvores, e vacas estiverem sendo arrastados e é preciso se abaixar para passar sob as pontes; aí já passou da hora de cancelar a descida. Não é coisa para passeios comerciais.

A HISTÓRIA DO RAFTING

A PRIMEIRA VIAGEM DE BARCO EM CORREDEIRAS FOI REGISTRADA EM 1869, QUANDO JOHN WESLEY POWELL ORGANIZOU A PRIMEIRA EXPEDIÇÃO NO RIO COLORADO, NOS ESTADOS UNIDOS. OS AVENTUREIROS NÃO TINHAM TÉCNICAS PARA MANOBRAR OS BARCOS NAS CORREDEIRAS E TIVERAM PROBLEMAS DE CAPOTAMENTOS E CHOQUES EM PEDRAS.
A HISTÓRIA MODERNA DO RAFTING TEVE INÍCIO EM 1842, QUANDO LIEUTENANT JOHN FREMONT, DO EXÉRCITO, FEZ SUAS PRIMEIRAS EXPEDIÇÕES UTILIZANDO UM BARCO DESENHADO POR HORACE H. DAY. O BARCO POSSUIA QUATRO COMPARTIMENTOS SEPARADOS. O NOME DESSE BOTE ERA AIR ARMY BOATS.

   
          John Wesley Powell

Selo Comemorativo
Bote inflável 1885

EM 1886, NATANIEL GALLOWAY REVOLUCIONOU AS TÉCNICAS DE RAFTING MUDANDO A DIREÇÃO DO ASSENTO DO BOTE, QUE PASSOU A FICAR VIRADO PARA FRENTE POSSIBILITANDO ENCARAR DE FRENTE AS CORREDEIRAS E FACILITANDO AS MANOBRAS.

DURANTE AS DUAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS, O EXÉRCITO AMERICANO PASSOU A REUTILIZAR OS BOTES DE BORRACHA, MAS DESSA VEZ COMO BOTES SALVA-VIDAS. MAS FOI DEPOIS DA II GUERRA QUE O RAFTING TEVE UM GRANDE IMPULSO. AVENTUREIROS NA AMÉRICA DO NORTE PASSARAM A USAR OS BOTES EXCEDENTES NO EXÉRCITO, MUITO SIMILARES AOS BOTES DE HOJE.
NO BRASIL, A HISTÓRIA DO RAFTING É MAIS RECENTE. OS PRIMEIROS BOTES PARA CORREDEIRAS CHEGARAM EM 1982, QUANDO FOI MONTADA A PRIMEIRA EMPRESA BRASILEIRA DE RAFTING: A TY-Y EXPEDIÇÕES, QUE NO INÍCIO OPERAVA NO RIO PARAIBUNA DO SUL E RIO PARAIBUNA, AMBOS EM TRÊS RIOS NO RIO DE JANEIRO.

TORNOU-SE CONHECIDO NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS NOS ANOS 70, QUANDO ALGUNS AVENTUREIROS RESOLVERAM RADICALIZAR E DESCER RIOS USANDO BOTES SALVA-VIDAS.
A PALAVRA RAFTING VEM DO INGLÊS RAFT, QUE SIGNIFICA BALSA. O RAFTING É UM ESPORTE RADICAL QUE SE CARACTERIZA PELA DESCIDA DE RIOS COM CORREDEIRAS REMANDO A BORDO DE UM BOTE INFLÁVEL DE BORRACHA.




EQUIPAMENTOS PARA RAFTING


     BOTE INFLÁVEL:  Com sistema selfbailing ou auto-esgotável (a água sai do bote sozinha, pelos furos).  O material usado na construção é, geralmente, Hypalon (uma lona de poliéster revestida de neoprene), PVC ou Uretano.  Esses materiais são muito resistentes a abrasão.  Para o rafting comercial usa-se botes de 12 a 16 pés (1 pé = 33,3 cm).  As duas ou três “bananas” (ou bóias) no meio servem para dar estrutura ao bote quando ele passa por corredeiras fortes.  No fundo do bote deve haver finca-pés, na forma de chinelos, usados para os tripulantes se fixarem.




COLETE: Deve ser feito especialmente para atividade em rios de correnteza.  Garantir uma boa flutuação e proteção do corpo em situações como as vividas no rafting.  A normatização prevê uma flutuação de 12 Kg.





CAPACETE: Deve ser especial para o rafting e canoagem, leve e preparado para agüentar ocasionais, e raros choques nas pedras.  Deve proteger bem a testa, a nuca e a região das orelhas.  O capacete ideal deve ter regulagem interna.






CABO DE RESGATE: Trata-se de uma corda com aproximadamente 20 metros de comprimento que fica guardada dentro de um saco específico para o cabo.  Usado para resgates no caso de alguém cair do bote.





REMO:  Deve ser o mais leve e resistente possível, com o cabo de alumínio e pá de plástico ou fibra.  Na extremidade deve ser fixado um suporte em “T” para facilitar a pegada do remo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

LIVRO DE SINAIS - IRF

Este é o livro de sinais de rio utilizado internacionalmente pela IRF - International Rafting Federation, instituição que regulariza o rafting mundialmente. Este livro foi baixado o download do site da IRF e traduzido para o português pelo guia de rafting Hanjo S. Maertsch.











PRESERVAÇÃO DOS RIOS


A poluição é a contaminação do meio ambiente pelos desperdícios humanos. Não é fácil chegar-se a acordo sobre o que é a contaminação, pois diferentes pessoas podem considerar este problema segundo pontos de vista muito diversos. O nível social desempenha um papel importante quando se procura determinar o que é ou não é aceitável para o meio ambiente.Através dos séculos, os humanos foram desenvolvendo uma atitude de conquista relativamente aos bens naturais.
Entre os bens da natureza, a água é uma substância essencial à vida. O ser humano pode subsistir com 5 litros de água por dia. Algumas populações nômades da zona sariana conseguem-no durante longos períodos de tempo. Contudo, tendo em conta os aspetos de higiene pessoal e doméstica, calcula-se que são necessários, no mínimo, 40 a 50 litros de água por pessoa. A isto teremos de juntar a água necessária para a agricultura e para a pecuária. O total, em determinados países e regiões, representa um consumo diário que pode atingir os 1000 litros por habitante.



Sabe-se que as águas doces (rios, lagos, etc.) do planeta em condições de utilização são cada vez menos, em virtude de a sua qualidade diminuir, de dia para dia, por causa da poluição. O problema da alteração das águas doces por contaminação é já conhecido há muito tempo. A poluição da água dos rios iniciou-se nos primeiros dias da civilização. Os humanos foram sempre atraídos para junto dos cursos de água, que lhes garantiam água para beber e para as suas atividades, tais como a irrigação dos campos e a criação de animais.
Os rios são poluídos pela contaminação de lixos orgânicos, incluindo as excreções humanas e dos animais, e resíduos agrícolas resultantes da decomposição das plantas. Com o aumento da população e a aparição da atividade industrial, a poluição dos rios e lagos não cessou de aumentar.

Poluìção de um rio em São Paulo.
Embora a poluição da água possa ser acidental, a maior parte das vezes resulta de escoamentos descontrolados de origens diversas. As principais fontes poluidoras são:
- as águas residuais urbanas, que contêm os resíduos coletivos resultantes da vida cotidiana. O seu volume está em aumento constante, chegando em certas cidades a atingir os 600 litros por habitante e por dia, o que significa cerca de 50 quilos de substâncias secas e sólidas por habitante e por ano;
- as águas de origem industrial, que são a principal fonte de poluição das águas dos rios. A maioria das unidades industriais utiliza água em quantidade variável nos diferentes processos de fabrico. Os principais fatores poluentes são o petróleo, o carvão, as indústrias químicas e as que utilizam como matéria-prima a celulose.
- a poluição de origem agrícola, proveniente essencialmente de certos produtos utilizados na agricultura, como os adubos, inseticidas e dejetos de origem animal.
A lista dos produtos poluentes das águas dos rios e lagos de um país compreende centenas de substâncias. A sua diversidade aumenta com as múltiplas combinações químicas em que participam. 

A poluição da água dos rios, sob o ponto de vista sanitário, constitui um problema cada vez mais preocupante para todos os países.